domingo, 28 de novembro de 2010

O Disparo!

Marinho entrou na casa do amante de Marta com os olhos vermelhos de chorar.
Havia tanta fúria em seu coração que isso parecia lhe guiar por entre a sala e os corredores cheio de quadros falsos, fosse em outra oportunidade teria parado e admirado cada um deles, mas agora não, um tipo de instinto o guiara até ali, a rua, o portão, o jardim mau cuidado e a porta aberta, seu carro na garagem, com a chupeta de Betinho pendurada no retrovisor e a marca de arranhão do lado direito, havia encostado no carro do chefe e ainda não tinha tido coragem de dizer nada.
Ante a porta de um quarto parou, tentou encontrar ar, respirou lentamente para não fazer barulho, ouviu a voz rouca de Mári dizendo algo que não decifrou, um pouco de silencio e gemido ofegante de Rodrigo se fez ecoar pelo corredor.
Conferiu pela milésima vez que a arma estava presa ao cinto na parte de trás.
Segurou a maçaneta e a girou lentamente, a porta se abriu sem ruído algum, ajoelhada aos pés da cama Mári se concentrava em satisfazer oralmente o dono da casa.
Suas pernas tremiam.
Sua presença foi logo notada pelo casal que em vão tentara se recompor.
- Vá embora, saia de minha casa, seu corno! A voz ríspida do homem enchia de fúria e intimidação!
- Vim buscar minha mulher – gaguejou Marinho olhando para os seis à mostra de sua esposa.
- Só vou depois que terminar – um riso irônico escapou pelo lado esquerdo de seu lábio – agora vá embora que ta na hora de pegar Marta na escola...
Marinho baixou a cabeça, queria dizer alguma coisa, sabia das traições da esposa, sabia que não poderia fazer nada, não era a primeira vez que vira ela com Rodrigo e eles sempre debochavam dele.
Queria ter coragem de puxar o gatilho, de acabar com aquilo de uma vez por todas.
Havia tanta dor dentro de si que ficou paralisado...
- Toma a chave do carro e espera, vou já... – disse ela demonstrando um pouco de compaixão.
- Mas e Marta ? – falou sem perceber
- Ainda faltam 30 minutos... – foi a resposta.
Marinho saiu do quarto sem mais palavras.
Entrou no carro e as lágrimas tomaram conta de si...
A arma o incomodou ao sentar, lembrou-se que tinha pegado emprestado com seu primo, que é policial sob a recomendação de não fazer besteiras.
A posição favorita de Mári foi interrompida com o barulho do tiro que vinha da garagem.
- O idiota se matou! – gritou Rodrigo pulando da cama sem se importar se derrubaria a amante de cima de si.
Se depararam com Marinho, arma ainda fumegando em punho e com expressão de pavor nos olhos:
- Disparou, desculpa.

E o amor cansa...

É isso, cansei de amar, amar a todos, olhar com carinho e delicadeza as pessoas que me desprezam, que usam sua ausência ou suas palavras para me dizerem o quanto me odeiam, o quanto eu sou fraco.
Amar tem me feito mal.
Tem me trazido consequencias inexplicáeis dentro de um ponto de vista de sobrevivência mesmo.
Para mim amar sempre foi aquele lance de entrega, de desapego, de valorização do outro em detrimento de mim mesmo.
É desse amor imbecil que eu falo (haverá outro... sei que há, porém como sempre me pareceu meio esquisito me amar mais do que ao outro, resolvi não seguir essa racional forma de amar), do amor da auto-negação, da desentrega à si próprio e de tirar a capa em tempo de frio para aquela que te surpreende quando anos mais tarde ironiza de seu amor, e de como dividira a capa com outro.
Falo desse amor demente, descrente da má fé alheia, esse amor que consome, inverte as coisas, confunde, maltrata e machuca como se fosse uma manga madura, caindo de uma altura enorme, lá vai ela, curtindo o sabor amarelo da queda e ao espatifar-se no chão se vê impotente para adocicar a vida de quem quer que seja.
Não falo aqui do amor do apóstolo Paulo ou da absoluta falta de explicação dos Montechios e Capuletos, desse amor eu não falo, pois que mesmo que pareça ser renúncia, não significa nada, a não ser a busca de satisfazer seu próprio capricho existencial.
Mas o amor que me enche as veias e o sulco do rosto, é tão incompreensível para os outros que parece não existir, e mesmo depois da traição, do desprezo, da injustiça teima em continuar existindo de forma patológica...
É isso meus querido, isso que chamo de amor cansa, destrói, dói, definha e se faz carrasco.
Mata-me como se eu fosse hospedeiro de um parasita frio e cruel.
Isso tem começado a me fazer mal.
(Sempre achei que isso é coisa de poeta, que todos amam da mesma forma, e os mais idiotas escrevem sobre isso).
Preciso odiar um pouco, por questão de sobrevivência, arranjar um inimigo ali, ou desafeto aqui, falar coisas para tentar destruir alguem, sair dessa condição de amador.
Para se dar bem na vida é preciso ser profissional. Sair de baixo do pé dos que te odeiam (e que por causa de alguma coisa, sabe-se lá Deus porque, você os ama...), dobrar o pé, derrubar no pó, chutar a cara, cuspir e dizer o quanto estar sob os pés de quem quer que seja é indigno.
Pois na primeira oportunidade, sempre haverá quem queira sentir o gosto de pisar em você, e aí é só ele descobrir que você o ama e pronto, transformou-se em um belo tapete.
É isso, Drummond já dizia que "amar se aprende amando...", talvez eu nunca vá aprender, são tantos anos e cheguei a conclusão que sempre fui usado na minha maneira de amar.

Agora é pegar o taco de beisebol e viver meu dia de fúria.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O caos por causa do amor.




Permita-me divagar mais um pouco, minha amiga de olhos cansados e mente sempre alerta.
É que ontem me sobreveio um pensamento meio estranho, e como sou dado a pensamentos estranhos esse não me pareceu nada de novo, a não ser pela vontade que me deu de falar com você (uma das únicas a ler esses pensamentos estanhos e compara-los ao nosso querido FP).
Eis o maldito:

“Porque não querem entender o amor, que em seu nome desobedece-se ao Deus e come-se do fruto?”

Bem, como você pode ver apenas um pequeno pensamento, porém ao ver pela onésima vez Dr. Jivago, onde a beleza de Lara toma o coração tão passional do pobre médico esse pensamento me veio a tona com mais força, pois em nome do amor aos olhos azuis de Lara, muita dor seu coração teve que suportar (não obstante ainda que seu corpo também tenha sofrido as mazelas das dores carnais, mas essas a gente deixa que o lado médico do Yuri as resolvesse, pois as dores do coração, talvez amainassem pelo seu lado poético...)
Continuemos:
No inicio do mundo (permita-me também expor meus pensamento criacionistas  nesse solilóquio.) criou o Todo Poderoso um homem à sua imagem e semelhança e deu-lhe o mundo para que governasse, coisa que ele fazia de forma prática e bastante eficaz; porém faltava-lhe uma coisa, para que ele se tornasse mais envolvido, isso que lhe faltava seria um objeto, onde ele pudesse depositar o amor que possuía (ora, ser feito à imagem e semelhança do próprio amor, deduze-se que haja amor de sobra em seu virgem coração); foi-lhe feito uma mulher (que melhor coisa para se amar que uma mulher?) e então, foi-lhe entregue, para que a amasse, a cuidasse e a respeitasse. Foi o que o infeliz fez, amou mesmo, deve ter-lhe feito teto, trazido comida, esquentado seu corpo nas noites no paraíso, sabe-se até que filhos teria lhe feito. Pois bem, aí vem o perigo, querida amiga: como provar esse amor? Era tudo bom demais sem vizinhos, sem tv, sem contas, sem internet nem cunhados, viviam na maior boa-vida no paraíso, amar assim, acho que até aquela pessoa de quem não falamos saberia amar.
Havia um regra, não comer do fruto (aqui não devo divagar sobre o tal, apenas o chamemos de fruto por uma facilidade de se explicar o que pretendo). Lá se vai a mulher, com seus olhos e seus quadris serpenteando pelo paraíso, de olhos perdidos o infeliz acompanha, em pouco tempo, a sinuosidade também está na língua e na maciez do toque: “...coma...” diz ela... Ah... vá entender os desmandos do amor, do grande e inexplicável amor... penso na dúvida do homem, ali estava, o seu grande amor lhe pedindo uma coisa simples, apenas que provasse seu amor de forma simples, comesse do fruto, poderia ser poderoso e poderoso poderia lhe dar mais, mais, que o amor é assim, nunca se satisfaz com o que deu, quer sempre dar mais...
E pra resumir amiga, através desse gesto de amor, eis que entra o pecado no mundo, como fruto desse amor cá estamos nós pagando ainda, somos ainda a continuação dessa grande história de amor.
Guerras, mortes, coisas horríveis se travam em nome do amor, seja por uma mulher, por Alá, por um país, ou simplesmente por um pedaço de pão...
Não fosse o amor, querida amiga, estaríamos ainda no paraíso...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Porto

Não sabem os moradores dessa ilha silenciosa o quanto sofremos para aqui chegar. As enormes ondas, as grossas gotas de chuva, ventos e relâmpagos que os deuses vomitaram contra nossa tão fraca carne.
Esse porto silencioso, onde agora chegamos, não se compara a angústia que por dias passamos, onde a esperança foi a primeira a se afogar.
Um a um nos olhamos sem palavras, sem mais ofensas, sem gritos nem desespero, agora somos mais irmãos que antes.
Sento-me nesse porto e minhas lágrimas enfim são liberadas.
Não pretendo aqui demorar, explorar e desvendar os mistérios dessa ilha que me recebe tão silenciosa e resignadamente tranquila.
Sou marinheiro teimoso, esperarei o mar se acalmar e voltarei. Não! não saberia viver nos braços quentes e macios de uma ilha, onde seus mistérios seriam desvendados em uma noite apenas.
Devo voltar! Arriscar-me de novo, entregar-me outra vez às suas vontades, aos seus desígnios, caprichos e água salgada.
Voltarei a navegar, que se dessa vez ainda não pereci em sua turbulência, e, como a vida ainda me teima arder os olhos, voltarei a encarar de peito aberto...
Não sou homem de Portos, sou de (a) MAR, ainda que saiba que nele morrerei.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

EU PENSO QUE:

"A melhor coisa do Presente é a possibilidade que ele nos dá de cometer erros do passado como se fossem novos"

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"O amor é uma guerra, se você sai dele sem nenhuma cicatriz, não foi um bom soldado..."

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"Não é o amor ou a falta dele que mais sufoca, é a madrugada..."



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"O que eu gosto em estar só, é o fato de que os outros não poderão ver minha solidão"


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"Meu melhor amigo é aquele que mais precisa de mim e não aquele de quem eu mais preciso..."


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"Se a pessoa que eu amo, resolvesse me amar na mesma intensidade que eu a amo, era preciso que eu fosse ela e ela fosse eu."

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"A amizade que se mendiga, resultará em migalhas e será só isso que se pode esperar, migalhas, esmola e desprezo..."

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"Ela existe e eu amo sua existência, daí querer também sua presença, seria presunção demais para um poeta."
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"Não adianta, só sei amar assim, com todos os órgãos, os membros e toda intensidade... sou um amante visceral"


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"Dentro de mim está a resposta, mas dentro de mim há também o universo, o universo já achei, agora falta a resposta."

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"Não, você não precisa me amar de volta, apenas respeite e considere meu amor e meu carinho, o resto, a poesia resolve"




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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Oaristo

Olho no olho e palavras tão vazias, lá estão eles, na praça, olhando o balé das águas ao som de "Tico tico no fubá" enquanto o sol se põe desfarçadamente, como se a noite lhe fosse uma vergonhosa inimiga que sempre lhe vence ao cair das horas...
Imagino as palavras que o casal, que indiferente à minha curiosidade, trocam entre si, e se esforçam para impressionarem-se mutuamente.
Parece amor, visto de longe, com olhos poéticos e apaixonados, parece amor, se amor existisse como se diz por aí os mais cultos enquanto só os incautos teimam em assumi-lo publicamente.
De longe não me parecem poetas, leitores ou sábios, parecem simplesmente apaixonados e isso parece bastar, a fim de que as palavras soem de forma sincera e aparentemente eterna.
Mas não sabem que isso tudo não passa de uma ilusão que vai desembocar na mais triste e fria solidão, olhos marejados, mãos trêmulas e palavras que nem sabiam possuir.
Ah... a ilusão de hoje é a mágoa de amanhã.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A pele na pele.

Em euclides da Cunha, na praça, seis da tarde, hora morta, Ave Maria de Bach me ajuda a descansar do caminho que se abriu a 42 anos e que me parece pesado.
As pessoas que amo me deixam subitamente e se encarregam de colocar pedras pontiagudas nesse caminhar que espero tenha termo antes de chegar aos 50.
Eu sinto a pele implorar por mais pele, por mais toque, mais carinho e isso é piegas e me transformo no fantasma de mim mesmo.
Não há esperanças e isso me tranqüiliza de forma estranha, pois essa idéia de esperanças é tão obsoleta quanto irreal, sem falar que uma expectativa futura não sana essa dor de agora.
Não, eu não quero que ela volte, quero que ela não tenha ido...
Não, eu não quero que ela se arrependa de ter magoado, quero que ela não tenha feito algo para que chegássemos a esse ponto.
Eu sei as respostas, sou bom nisso, sei as decisões que devo tomar e qual atalho a seguir, porém fico impassível, sobre a pedra fria, esperando não sei o quê.
Euclides da Cunha, me parece um grande lago sem peixes, onde à sua margem eu me sento com uma vara de pescar, fico esperando, esperando que me venha uma resposta, que nunca chega, mas me dá a sensação de que o tempo não passa em vão, vai passando, mudando lentamente o foco, de forma degradê o colorido vai assumindo formas coloridas.
Minha pele vai se tornando única de novo, sem a pele dela...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Medos

Existem medos em mim, porém um me arrepia a alma, é o medo de sair e estar esquecendo alguma coisa.
Medo de estar esquecendo um coração quebrado, um momento memorável ou um cd do Louis.
Tenho medo de não ter dito a palavra certa ou a frase completa e audível.
De não ter afagado os cabelos como deveria, ou dito um adeus tão convincente que até eu seria capaz de nele acreditar.
Tenho medo de sair levando o vazio que nos dá, quando entramos em nós mesmos e não sabemos que direção interna temos que seguir.
Sei que peguei minhas frases feitas, meu artigos de efeito, meu cérebro enferrujado e estou saindo.
Saio, não porque quero, ou acho divertido sair, mas a porta se abriu por uma força desconhecida e não sei porque mas à la "O Anjo Vingador" às avessas, tenho que partir.
Meu medo? deixar alguns trapos do coração e ter que voltar...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Baixando Pontes

Eu baixo pontes, para que passem sobre a vala onde se escondem crocodilos.
Dá muito trabalho baixar essa ponte, preciso me ajoelhar, baixar a cabeça e engolir tantas coisas que nem quero pensar.
Sobre essa ponte segura passam e entram em mim, e juntos comigo ceiam, dormem, crescem e se alimentam de todas as formas.
E se vão.
Sem um adeus! sem uma explicação, sem um agradecimento!
Apenas pegam suas cobertas e travesseiros.
E se vão.
E eu permaneço de mãos calejadas, joelhos sangrando e cabeça baixa, engolindo a ingratidão que me arranha a garganta.
Eis que ao longe avisto, mais uma andarilha, sem rumo, perdida, sem amores e sem vida nos olhos, devo correr agora, dará muito trabalho baixar essa ponte, para que passe sobre a vala, onde se escondem crocodilos.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Ser feliz


A idéia que me consumia "ser feliz".
Assim eu ia engolindo os meus e o "nãos" dos outros, para ser feliz, porque na minha concepção ver os outros felizes era meio caminho para que eu também o fosse...
Fui escondendo de mim as crueldades que faziam contra mim, como se não entendesse.
E minha felicidade era tão vazia que eu não conseguia compreender, estava sempre nas mãos ou nos lábios de alguém.
É certo que ainda não sei como fazer, como agir, mas certamente, me permitindo, crescerei e poderei notar que ela pode estar em qualquer lugar.
Não esperarei ser feliz para sorrir, vou sorrir e quem sabe assim serei feliz...

Video: Katy Perry - Firework

Fogo de Artifício

Você já se sentiu como um saco plástico
Flutuando pelo vento
Querendo começar de novo?

Você já se sentiu frágil
Como um castelo de cartas
A um sopro de desmoronar?

Você já se sentiu enterrado
Gritando sob sete palmos
Mas ninguém parece ouvir nada?

Você sabe que ainda há uma chance para você?
Porque há uma faísca em você

Você só tem que acendê-la
E deixá-la brilhar
Apenas domine a noite
Como 4 de julho

Porque baby, você é um fogo de artifício
Vá em frente, mostre o que você vale
Faça-os fazer "oh, oh, oh"
Enquanto você é atirado pelo céu

Baby, você é um fogo de artifício
Vamos, deixe suas cores explodirem
Faça-os fazer "oh oh oh"
Você vai deixá-los todos surpresos

Você não tem que se sentir como um desperdício de espaço
Você é original, não pode ser substituído
Se você soubesse o que o futuro guarda
Depois de um furacão vem um arco-íris

Talvez a razão pela qual todas as portas estejam fechadas
É que você possa abrir uma que te leve para a estrada perfeita
Como um relâmpago, seu coração vai brilhar
E quando chegar a hora, você saberá

Você só tem que acender a luz
E deixá-la brilhar
Apenas domine a noite
Como o dia 4 de julho

Porque baby, você é um fogo de artifício
Vá em frente, mostre o que você vale
Faça-os fazer "oh, oh, oh"
Enquanto você é atirado pelo céu

Baby, você é um fogo de artifício
Vamos, deixe suas cores explodirem
Faça-os fazer "oh oh oh"
Você vai deixá-los todos surpresos

Boom, boom, boom
Mais brilhante que a lua, lua, lua
Sempre esteve dentro de você, você, você
E agora é hora de deixá-lo sair

Porque baby, você é um fogo de artifício
Vá em frente, mostre o que você vale
Faça-os fazer "oh, oh, oh"
Enquanto você é atirado pelo céu

Baby, você é um fogo de artifício
Vamos, deixe suas cores explodirem
Faça-os fazer "oh oh oh"
Você vai deixá-los todos surpresos

Boom, boom, boom
Mais brilhante que a lua, lua, lua
Boom, boom, boom
Mais brilhante que a lua, lua, lua

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dedicatória


Andei muito, por caminhos que você jamais andará, vivi histórias que jamais te contarei e que jamais chegarão aos seus ouvidos... Já fiz canções que não me lembro como eram, mas eu cantava criando sons, rimas... usando palavras soltas e algumas até faziam sentido. Fui amado, abraçado, beijado, respeitado por muitas pessoas. Gente de longe ouviu falar de mim, da minha letra, da minha forma de amar as pessoas e de abraçar.
Beijei muitas mulheres, afaguei cabelos, desvirginei algumas, toquei em mãos que tremiam ao toque da minha, vi milhares de seios sob minhas mãos, corpos nus sobre o meu.
Mulheres de verdade me fizeram sentir coisas indecifráveis com os lábios, com os olhos, com todo o corpo.
Amigas, primas, conhecidas, desconhecidas, entraram em minha história aos montes, de cada uma aprendi um pouco, amei algumas, desejei todas na mesma intensidade...
Umas usavam meias, outras longos vestidos e cabelos soltos ao vento. Algumas cantavam na igreja, outras recitavam Myrtes Matias com emoção nos olhos...
Hoje algumas pessoas me olham, me admiram, me questionam, me procuram e se espelham em mim.
E eu ainda sou o mesmo, tenho os mesmos olhos, os mesmos lábios e a mesma fome, a mesma sede de amar quem estiver a minha frente.
Escrevo versos como quem manda um bilhete ao padeiro, na facilidade que a familiaridade da letra se expõe para mim.
Sei expressar a dor como se fora um cão numa corrente, porque sei que esse grito me libertará de algo ainda pior que estar por vir.
Sou tudo isso e muito mais... e na cadência dos anos que me restam, na história que se resume sob minha beleza e minha calvicie eu escolhi você para ser o amor de minha velhice, a minha sulamita a me esquentar nos dias frios e a me acalmar quando a guerra começar.
É uma honra que te entrego, ser amada por mim, que tão bem sei apreciar as diferenças e perdoar as mentiras, entender as cleptomanias e as infantilidades...
Entrego a você esse meu coração, que não está cansado de amar e nunca se cansará e que porá ordem na sua casa interna.
Caso não queira esse amor me informe em gestos, saia devagar, leve as coisas, me olhe com desprezo e não me digas palavra alguma, que saberei que tudo que te dou ainda é pouco, e que a honra de por mim ser amada, não cabe na futilidade de seu mundo vazio.