domingo, 5 de dezembro de 2010

Olhares.



Mãos coladas como se rezassem
o casal passeia à beira do rio
O homem olha para Juazeiro e sente saudades
Ela, para dentro de si e sente arrependimento...

Ao longe a chuva fina começa timidamente
seus rostos sentem as primeiras gotas
poema dos céus amenizando o calor
os olhos se fecham e já não há mais amor no colo dela

Ele não sente que o amor acabou
a mulher não sabe como dizer
nesse instante Juazeiro adormece
Petrolina é cúmplice da alma desalmada da mulher

Aos poucos a vida recomeça do lado de cá
e o homem de olhos alegres flutua ao lado dela
que de passos pesados rasteja sem destino
sem culpa, sem razão, sem amor, sem palavras...

Crueldade dizer de seu desamor
crueldade não dizer
e na dúvida perece sua razão
e se resolve, vai partir, valorizar-se

e se vai, como se decidisse
na última hora, (para surpresa dele)
que os olhos dos homens não vêem desamor
a não ser o seu... a não ser o seu...

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