terça-feira, 28 de junho de 2011

Canção para Florbela


Agora que o horizonte se deita
E nele todas as cidades do planeta
Eu espero que você venha correndo
Para meus braços, pra minha vida

É no meu sonho que vive ela
Todas as noites, sonho sem dormir
É no meu sonho, Florbela... Florbela...

Quarto sem bonecas e sem o brilho
Que nasce de sua presença irreal
Lhe preparo essa canção sem melodia
Estará em algum canto, essa menina castanha?

É no meu sonho que vive ela
Todas as noites, sonho sem dormir
É no meu sonho, Florbela... Florbela...

Seus cabelos de nuvem e chuva
Menina que voa sem asas e sem nome
As histórias que te contaria para dormir
Me tiram o sono, e me fazem sonhar

É no meu sonho que vive ela
Todas as noites, sonho sem dormir
É no meu sonho, Florbela... Florbela...

Não existe, não é nada ainda
apenas misturo o irreal e o irreal
que neles posso tocar suas mãos e seus cabelos
nessa noite de não dormir...

É no meu sonho que vive ela
Todas as noites, sonho sem dormir
É no meu sonho, Florbela... Florbela...




segunda-feira, 27 de junho de 2011

Insaudade...

Era-me impossível viver sem algo
que agora não está aqui
e que falta não me faz...

que o pouco que me matava a fome
hoje não me satisfaz
e as poucas palavras
não povoam mais meu dicionário
...
 o pouco que me destruía
me enganava, como quem me construía
falta não faz
fome não faz
...
daqui  do alto
despejo a razão
há em mim o desprezo
...
Ter sido o não escolhido
foi-me presente divino
...
Novo caminho
lógica, razão, futuro,
homem, mulher
desejo divino
filha de mãos macias
acariciando a calvície
...
para cada dia no calendário
um tanto assim de saudades
misturado com a incerteza
que não sei quem é quem
nessa folhinha de ilusões...

Ladeira abaixo...

Só a amizade sincera me interessa
O amor despretensioso e desinteressado
O carinho leve sobre o rosto
E o vento frio de Santa Catarina
...
Quero pensar nos versos
E no sol Canudense, estourando as favelas
Nos versos de Coralina
sob o cheiro de café.

Quero logo
que acabe a angústia
que sob a pele enrugada de meus dedos
não se faz traduzida..

sábado, 25 de junho de 2011

Loucura!

Quando acabar o fogo, e São Joao for dormir de novo, na loucura das cinzas farei eu a minha festa. Erguerei bem a cabeça e prepararei os ouvidos. Vou ouvir a música, só eu vou ouvir essa música. Só eu saberei de onde ela está vindo e qual doloroso é o peito de quem a canta. Mas, tragicamente irei eu amar essa música e nela dançarei. Voarei na melodia dessa canção, que para quem a canta será regada de lágrimas, arrependimentos e outras tristezas que espero desconhecer, e que para mim, nada mais será, que os mais angelicais acordes que se tem conhecimento, desde o nascimento do Salvador...
Que comece a canção, quando as cinzas esfriarem sob os últimos dias de junho...
Que me tragam como oferenda, carvões frios e apagados, que é assim, que se começa uma nova era:
Com Gelo!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Noite de São João, Curitiba, PR

Estar em Curitiba é como realizar um sonho, ando devagar nas ruas, nas praças e sinto o vento gelado percorrer meu corpo, sinto-me bem. Um estranho nesse mundo de gente coberta de roupas claras e de pele fina, fria e ausente da aridez de nossa terra.
Como bom nordestino, enfrento o frio como sempre tenho enfrentado as coisas exteriores, desde que não se transformem em coisas interiores.
O vôo foi tranqüilo, no canal 13 da TAM você pode ouvir Blues e Jazz, e foi assim que penetrei no céu curitibano, ouvindo um piano e sentindo o chão se aproximar.
É como eu pensei... estranhamente como eu pensei.
Amanhã vou fazer um tour pela cidade em um ônibus especial, verei de perto e sentirei ainda mais o frio, gelarei e farei fotos como um turista apaixonado pelo país que vive (apesar do Datena sempre destacar seu lado podre).
Mas ainda me sinto estranhamente renegado por algo que não sei o que é.
Vejo essa cidade arrumadinha, sem lixo, sem moto-táxis, com gente bonita e cara de rica com grandes e pesados casacos e me sinto no meu país mesmo.
Estar em Pindobaçú ou estar em Curitiba, prá mim é a mesma coisa, a diferença é que o Nordeste tá aqui comigo e o Sul, não levarei, pois sou homem do sol.
Enfim, enquanto os meus estão nas festas de São João, espalhadas pela Bahia e Pernambuco, cá estou eu me sentindo um estranho em meu próprio país...
Estou hoje em Curitiba, minha alma não sei onde anda...
Mas não me despeço antes de deixar meu protesto:
Não! no Nordeste a gente não fala "arraiá", não se veste com roupas quadriculadas, nem todos têm dentes podres nem barbicha desenhada com lápis... Não, no NE somos tão normais que até parecemos Brasil também!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

E VIVA SÃO JOÃO SEM O VELHO LULA



Viva São João
com as bombinhas irritantes
e as bombonas perigosas...
VIVA!
Viva as músicas mecânicas
das bandas sem noção nem calcinhas...
VIVA!
Viva as fogueiras com suas fumaças
contra a camada de ozônio...
as espadas que aleijam
as estradas que matam
...
Viva sem o velho Lula
e o trio nordestino
sem os versos de Patativa
Viva sem casas abertas
e milhos nas mesas
bolo de fubá,
ou crianças sorridentes...

Viva sem a alegria do velho sem dentes
que rir o riso sincero
de quem de dia põe as bandeirolas
e de noite não vê a festa...

Viva, viva esse São João
sem saber a razão...

Dias...

Os dias morrem
(já nascem mortos, os dias)
e a cada segundo
morre o dia mais um pouco...
Nos leva junto
para a morte eminente
...
Assassino, dia
com mãos de coveiro
e olhos noturnos

De novo, o velho



Como posso me acostumar com a falta
se o tempo tem um ritmo lento
que me afronta, que me põe de lado...(?)
Como posso estabelecer o ritmo,
se o tempo não conhece as dores,
os limites e as esquinas do coração?
Como? me diz, amiga,
como posso saber das coisas que o tempo esconde?
Onde encontrar as respostas
ou o bálsamo...?
coisas que preciso
para erguer de novo os olhos,
olhar em frente
e seguir
ser de novo
o cara de olhos de horizonte???
(D:)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Abraçar a Hanny!

Hanny (um abraço seu, encheria minha alma)
Quero abraçar a Hanny
como se abraça a lua num poema
ou rio numa canção...

seu corpo pequeno
envolve o grande com seu brilho
como o poema engole o rio
e a lua o meu olhar de poeta...

seria como cantar a canção do silêncio
um longo abraço em Hanny
e de olhos fechado ouvir sua voz dengosa
murmurar a música que jamais decifrarei...

queria agora abraçar a Hanny
e abraçando-a abraçaria do mundo todas as flores
e a certeza de que ainda podemos acreditar
que um abraço assim,
preenche todo o vazio que nos causa os amores perdidos...

Enfim...

Quando a porta se fechou pude perceber que não ouvi a chave trincar, era a esperança de poder voltar, de refazer alguns conceitos e me regenerar das palavras, dos atos e das enchentes que causei no centro da casa e também nos quartos.
Esperei ansiosamente que a porta (ou pelo menos uma das janelas) se abrisse e me convidasse a voltar.
Sentei na pedra fria do jardim e vi quanto mato tinha deixado tomar conta dos canteiros, como minhas flores favoritas já estavam esquecidas e se perdendo num turbilhão de ervas daninhas, tudo isso por não mais sair para curtir minhas flores, meus sonhos, meus amores...
Enfim a porta se abriu e ouvi sua voz doce (armadilhas femininas começam e terminam com doces vozes) me chamando de volta.
A porta entreaberta (cúmplice, ah... as portas são cúmplices das mulheres de vozes doces), me recebeu com um rangido cínico e eu entrei de volta...
Mas dessa vez tinha um olhar diferente sobre toda a casa, dessa vez era estranhamente simples olhá-la em sua beleza clássica e ver nela a mulher de camisola de cetim branca e preta...
Pensei nas flores que abandonei por conta dela...
Pensei de novo...
Agora sua voz doce se mostrara cinicamente doce demais a ponto de causar náuseas e me deixar tonto...
Nos poucos dias dessa volta pude perceber que a doçura de sua voz escondia a grande armadilha da mulher, que me fez regressar e eu mesmo trancar a porta e colocar sob os canteiros de minha flores antigas essa chave cruel e perseguidora.
Agora quero voltar a cuidar de minha flores antigas, que é por elas que vivo...

Fragmento

‎...e ele gostava de olhá-la dormindo, de boca aberta e espasmos durante o sono... a sentia tão desprotegida e linda, que seu amor a protegia de tudo de que acontecia lá fora, inclusive da chuva..

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ricardo Gondim: O HEREGE DA VEZ!

Ricardo Gondim "O herege da vez"




Republico aqui a Carta da liderança dos Jovens da Betesda em São Paulo ao Pr. Ricardo Gondim, por concordar com ela e não me fazer de louco num mundo de lúcidos que não conhecem o amor incondicional do Deus que eles pregam...:

(Para entender mais um pouco sobre o assunto clique aqui e leia na íntegra a entrevista do Pasto Gondim à Revista Carta Capital)



"Em tempo de mentiras, fofocas, intrigas e má fé, é importante descer do muro e se posicionar. Quem assim orientou foi o Dr. Martin Luther King Jr., que em sua carta da prisão em Birminghan, de 1963, escreveu: “Mais nociva que a minoria de homens maus que criam a injustiça é a maioria de homens "bons" que não fazem nada para denunciá-la”.
Dr. King dirigiu a carta aos pastores brancos que o pressionavam a se calar a respeito dos direitos civis dos negros, criticavam suas manifestações, chamavam King de extremista, anarquista, ateu e humanista.
Isso aconteceu numa época em que ter a pele escura, nos EUA, era sinônimo de “não ser gente”. Quem era o Dr. King para querer transformar negros em gente e lhes dar direitos civis?
O argumento vigente contra os direitos civis dos afro-americanos vinha da Bíblia. A maioria dos cristãos (brancos, claro) afirmava que Deus não queria que os diferentes descendentes de Noé fossem misturados aos brancos puros, alvos mais que a neve.
Da boca do falecido senador norte-americano Absalom Robertson - pai do famoso televangelista Pat Robertson - veio a conclusão que representava a mentalidade branca cristã norte-americana na década de cinquenta: “Eu certamente gostaria de ajudar as pessoas de cor, mas a Bíblia diz que não posso” [i].
Cada época tem seu argumento bíblico conveniente para oprimir as minorias.
Voltando ao assunto, não podemos nos calar diante de uma cruel injustiça que estamos testemunhando. Queremos fazer algo para denunciá-la. Não podemos ver lobos em pele de cordeiro dar a última palavra como se fosse verdadeira.
A injustiça a qual nos referimos é o violento e sistemático ataque ao Pr. Ricardo Gondim. Não é de hoje que os ataques acontecem, mas pioraram dramaticamente depois de sua entrevista à Carta Capital,  quando se posicionou a favor de estender direitos civis aos homossexuais, garantindo-lhes o reconhecimento jurídico de união estável perante o Estado.
A partir daí mentiras foram inventadas, de propósito, por pessoas de má fé que não gostam do Gondim e que queriam, a todo custo, que sua voz fosse enfraquecida no universo evangélico brasileiro. Ou então, pessoas que viram nesse momento uma oportunidade de aparecer, às custas do nome do Ricardo.
Interessante é que a maior parte de seus acusadores e perseguidores nunca leu um livro que ele escreveu, ou um artigo, uma entrevista, nunca foi à um culto na igreja Betesda do Jardim Marajoara, em São Paulo – onde ele é pastor e prega todos os domingos – não conhece os membros da Betesda e não sabe quase nada sobre a história de vida do Gondim nem da Betesda. Apenas repete o discurso inflamado de seus líderes e pastores que vêem no livre-pensar do Gondim uma ameaça.
Afirmam que o pensamento do Gondim é uma ameaça à Bíblia e à fé cristã - mas é claro que isso é pretexto, para não dizer balela. Quem conhece a Betesda e o Gondim sabe que ele prega todos os domingos na Bíblia e que proclama em alto e bom som a fé cristã: Jesus é Deus encarnado, nascido de uma virgem por meio do Espírito Santo, morreu na cruz por amor de nós, a fim de nos salvar, e ressuscitou no terceiro dia vencendo a morte, estendendo a ressurreição a todos os homens e mulheres por meio da fé. Os que o consideram ameaça, portanto, consideram contra si mesmos, suas doutrinas maléficas, suas estruturas de poder e manipulação mental de gente honesta e de boa fé.
O Gondim virou o herege da vez. O inimigo da vez. Nada mais mesquinho e estranho ao Evangelho - que nos convida a amar os inimigos, mas parece que o universo evangélico se especializou em produzir inimigos para odiá-los em comunhão.
“Heresia” é uma palavra criada para tentar invalidar ideias opostas às ideias vigentes. Criar hereges é fonte de alianças maquiavélicas, para calar a boca de quem incomoda as maiorias, sempre poderosas. O Dr. Martin Luther King Jr. também já foi acusado de herege pelos pastores poderosos de sua época - e libertou um povo oprimido, dando a eles direito à cidadania. Lutero também já foi acusado de heresia, e é reconhecidamente o maior herege da Modernidade - é só por causa dele que temos livre acesso e interpretação da Bíblia. Os apóstolos foram chamados de hereges por anunciar que Deus havia encarnado em Jesus Cristo. E, por fim, Jesus já foi chamado de herege por se posicionar ao lado de uma mulher adúltera, relativizando uma lei mosaica, e libertando-a de um assassinato por apedrejamento - por essas e outras, foi parar numa cruz.
Heresia pressupõe uma verdade absoluta. Na fé cristã essa verdade é o Amor, não uma doutrina ou um dogma. Por isso não consideramos o Ricardo Gondim um herege, pois nunca o vimos relativizar a revelação que Deus é Amor. Ele é um herege apenas para quem considera alguma doutrina e lei absolutas. Mas nesse caso, King, Lutero, os apóstolos e o próprio Jesus também eram, então o Gondim está em ótima companhia, e seguindo um excelente caminho.
Se for assim, ainda bem que há hereges, e que ele é um! Nesse caso, aceitaremos o adjetivo como elogio.
Escrevemos para nos posicionar ao lado de quem tem nos ensinado a pensar, a ser livres e a amar. Escrevemos para dizer “obrigado” e “estamos juntos”, a quem nos tem ensinado a crescer a amadurecer na fé cristã.
Como escrevemos em 2007, voltamos a afirmar: aprendemos que qualquer um que tenta abrir os olhos de pessoas encabrestadas pela religião, acaba sendo queimado na fogueira da instituição.
Estamos seguros que o Verdadeiro Amor lança fora todo medo, e por isso não temos medo de caminhar com alguém que nos ensina a lidar responsavelmente com a liberdade do amor.
Obrigado Pr. Ricardo Gondim, conte com a gente. Sua vida tem sido inspiração para todos nós.
Liderança de Jovens da Betesda em São Paulo
Lucas Lujan
Andréa Lujan
Sheyla Pereira
Vitor Príncipe
Heloisa Príncipe
Adilson Lopes
William Romanini
Rose Guedes
Eliane Leite
Bruno Reikdal
William Barros
Joyce Banzato
Igreja Betesda no Jardim Marajoara

Fabio Guerra
Igreja Betesda em Diadema

Juliana Caroprezo
Igreja Betesda na Zona Leste

Marcos Ferreira
Igreja Betesda em Jardim das Fontes"

Richard Castilho
Igreja Betesda em Osasco

Luis Dias
Igreja Betesda em Vila das Belezas

A Ponte.




Sem saber aonde chegar
Os caminhos não nos dizem para que servem
...
Sem a casualidade dos encontros
A vida se mostra insípida e fugaz
 ...
Sem a esperança
Toda nossa caminhada é cega
...
E quando nos conhecemos melhor
Tudo se transforma ao nosso redor
E descobrimos que as coisas estavam sempre no lugar certo
Nós, é que às vezes não percebíamos...
...
Agora que a ponte está construída
Sorrimos quando passamos por ela, como se vencêssemos o rio
Enquanto o rio sorri, por não ter se deixado vencer...
...

Ao amor de verdade (que é o único que existe)
Me deixo vencer...