Parei no caminho de casa, nas mãos a sacola de pães do Econômico. O vento bom no rosto e a leve sensação de que estava no caminho certo, nunca mais tinha sentido que estava assim, andando prá um lugar, mas nem tenho metas, sonhos, propostas... então porque isso? essa estranha sensação de que estou sabendo para onde estou indo... como se tivesse onde chegar (e não era no 401 do quarto andar).
Estranho como essa sensação de vez em quando toma conta de mim.
Acho que por não ter ódio no coração, de não desejar o mal a ninguém, ou de nunca me lembrar do mal que me fizeram que eu vivo assim, leve, sem neuras, sem traumas. O amanhã sempre me parece tranquilo, as pessoas que passam por mim são como se fossem meus irmãos de sangue, a árvore que balança ao vento me parece conversar (bem que a línguas das árvores eu não entendo) e me contar um pouco de sua história...
É... sou feliz! me ocorreu isso: sou feliz!
Não escolho meus amigos pela cor da pele ou pelo comportamento, pela sexualidade, pela conta bancária ou pelo bairro onde mora...
Não escolho a música porque todos ouvem ou porque ninguém ouve...
Não fumo, não bebo, não jogo... e isso não me parece uma prisão, uma desvantagem, apenas não faço o que não gosto...
E ainda por cima hoje eu beijei, como a muito tempo não tinha feito...
Bem, sou feliz, sou feliz porque não sou feliz sempre, porque assim sendo eu posso aproveitar essa felicidade no seu extremo, na sua essência...
E quando cheguei em casa, meu filho de 1,93m beijou minha calvicie e lembrei que tinha muito mais motivo ainda para ser feliz...
Um comentário:
Que gatíssimo se tornou o seu filho!!! Se te encontrasse hoje, perguntaria se quer ser meu sogro... rs! Bj
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