E assim começou a derrocada, as máscaras caíram, o rosto sem carne nem pele lhe sorri o riso maquiavélico da morte... Ela sabia que isso poderia acontecer, mas seu peito teimou em amar, em querer, em optar por viver ao lado da pessoa que de olhos e seios lindos, lhes fizera grandes promessas e juras de amor...
Tão cega se sente agora, na varanda de sua casa, na triste cidade do interior, onde o frio, a chuva e a solidão de mãos dadas lhe abraçam como única fonte de consolo.
Hoje nem a bebida barata lhe basta, as músicas, o cigarro, o bichinho de pelúcia, nada lhe basta!
Quer morrer, mas sabe que nem as lágrimas valem a pena, quem dirá ir para o inferno, ou para outro lugar onde a dor pode ser menor.
Num lance rápido pensa nas coisas e nas pessoas que renunciou em nome desse amor desmedido, as lágrimas agora parecem mais quentes, mais riscantes, sua face queima...
A dor lhe parece física, seu telefone nunca esteve tão silencioso quanto agora.
Seus dedos correm pelas teclas, procura o número da pessoa que deixou para trás, que traiu, que roubou, que mentiu, que ofendeu, apenas para viver esse amor que agora lhe machuca dos pés a cabeça...
Vê o número e quer ligar, mas seu coração diz que ele está distante, magoado, triste e que jamais lhe perdoará... seu coração lhe diz que ele virá com palavras ríspidas, frases certeiras, risos debochados e poesias cínicas...
Mais uma vez seu coração está errado...
Mas ela resolve não se arriscar!
Um comentário:
Palavras fortes...
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