sábado, 6 de agosto de 2011

Noite.

Eu poderia dizer que isso tudo vai passar, que o tempo cura, que as coisas vão ser diferente e que você vai aprender com tudo isso... mas você não vai aceitar, porque precisa acreditar que é o fim... Agora sua necessidade vital é sofrer.
Sei muito bem como são essas coisas, suas mãos suam, seu peito procura ar e não encontra.
Então um misto de coisas ruins te assolam, você se sente feia, analfabeta, incapaz, e não vai adiantar nada agora, se eu disser o contrário estarei parecendo um idiota que não sabe das coisas.
Em sua cama, em seu travesseiro encharcado encontrará mais consolo do que em minhas palavras, então vá para seu quarto, deite em sua cama e encharque esse travesseiro e nada mais tente fazer.
Não queira ser melhor do que já é.
Goze cada lágrima, cada dor, cada desapontamento, viva isso como se fosse a única pessoa no mundo a ser traída, pisada, humilhada, faça dessa dor sua última refeição.
Deixe que a noite te engula e te cuspa como se você fosse um pedaço de pão dormido.
Nada posso fazer, nem eu nem ninguém.
Amanhã o tempo dirá o que fazer com esses pensamentos que te assolam.
Mas hoje, só por hoje se permita perceber que a vida é mesmo cruel e os amigos, e os parentes, e seu amores não são nada, a não ser um monte de coisas juntas dispostas a mostrar como você não vale nada.
Amanhã?
Ah... o amanhã...  (nem sei se sobreviveremos a essa noite).

Um comentário:

Júlia Costa disse...

Você me lê como ninguém...